Puglia
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Esta porção no sul da Itália, que tem o desenho do salto de um bota, guarda uvas tintas singulares, sendo a Primitivo a mais famosa e inconfundível.
Durante muito tempo, a Puglia funcionou como fornecedora de vinhos encorpados e alcoólicos a granel para enriquecer a produção de outras regiões da Itália e até da Europa.
Nos últimos anos, no entanto, muitos produtores locais perceberam que têm uma matéria-prima valiosa em mãos e passaram a engarrafar os próprios vinhos, lançando no mercado tintos cheios de caráter.
Inserido em pleno Mediterrâneo, com 800 quilômetros de costa banhada pelos mares Jônico e o Adriático, este é um território abençoado pelo sol, por isso, consegue amadurecer plenamente suas uvas.
As mais importantes são as tintas Primitivo, Negroamaro e Nero di Troia, que também é conhecida como Uva di Troia.
A Primitivo é nativa da Croácia, mas foi graças aos vinhos italianos que ela despontou para o mundo. O nome Primitivo já dá uma pista sobre a principal característica dessa uva: ela amadurece precocemente.
É uma variedade onipresente na Puglia, ocupando nada menos que 11 mil hectares de vinhedos. No entanto, é na província de Taranto, na qual dá origem ao Primitivo di Manduria DOC, e nas encostas de Gioia del Colle que a Primitivo revela o que tem de melhor.
Pela capacidade em concentrar açúcar durante a maturação, a Primitivo dá origem a tintos com alto teor alcoólico e repletos de aromas de frutas vermelhas e pretas, além de toques de especiarias e herbáceos.
Vale lembrar que se trata da mesma uva que a popular Zinfandel, comum na Califórnia.
A Negroamaro também cresce por toda a Puglia – é ainda mais cultivada que a Primitivo, ocupando 17 mil hectares!–, mas é em Salento que ela se expressa lindamente, gerando tintos densos e ricos.
Há ainda a Nero di Troia (ou Uva di Troia), que mostra um característico aroma de violeta, além de nuances de fruta preta madura e especiarias e taninos vivos e refinados.
Apesar de antiga, a história vitivinícola da Puglia parece estar começando um novo e promissor capítulo. Por isso, quem gosta de vinhos italiano, deve ficar de olho no “salto da bota”!