Presença garantida nas listas dos vinhos mais caros do mundo, o Petrus é uma verdadeira lenda.

Disputado por colecionadores, uma garrafa da safra de 1982 conquistou o impressionante valor de 45 mil libras em um leilão realizado em Londres.

Mas o que faz o Château Petrus ser considerado o vinho mais caro do mundo?

Descubra nesse artigo da DiVinho!

O Château Petrus

Château Petrus
Château Petrus

Conta-se que Petrus seja um dos primeiros vinhedos de Pomerol, na margem direita de Bordeaux.

A propriedade onde está localizado o Château pertencia à família Arnaud desde o século XVIII, mas só ganhou destaque no mundo dos vinhos com o advento da crise da praga filoxera, que dizimou vinhedos em toda a Europa.

Em 1878, após o replantio dos vinhedos em Bordeaux, o Petrus foi premiado com a Medalha de Ouro no Concurso Internacional de Paris, o que contribui para a elevação do seu preço.

No ano de 1917 a família Arnaud fundou a La Société Civile du Château Petrus (Sociedade Civil do Château Pétrus) disponibilizando no mercado as ações da empresa.

Parte das ações foram adquiridas por madame Marie-Louise Loubat, viúva do Hotel Loubat de Libourne.

Mais tarde, o restante das ações foram adquiridas pelo comerciante Jean-Pierre Moueix, que assumiu a produção dos vinhos a partir dos anos quarenta.

Uma safra excepcional de 1945 trouxe notoriedade para o Petrus em solo americano.

Quando, em 1956, fortes geadas atingiram os vinhedos de Pomerol o Château Petrus tomou uma decisão diferente dos seus vizinhos, ao invés de realizar o replantio optou por fazer um profundo corte nas plantas.

As antigas vinhas acabaram se recuperando de forma impressionante, renascendo mais fortes do que nunca.

Em 1961 Lily Lacoste-Loubat e Monsieur Lignac, sobrinhos de Marie-Louise Loubat, herdaram a propriedade.

Nesse mesmo período os enólogos Émile Peynaud e Jean-Claude Berrouet foram contratados para prestar consultoria a vinícola.

Jean-Pierre Moueix acabou por adquirir as ações de Lily Lacoste-Loubat e Monsieur Ligna, tomando total controle da propriedade no ano de 1969.

A essa altura o vinho já tinha caído no gosto do clã Kennedy, sendo um dos rótulos favoritos do presidente John Kennedy.

A fama do Petrus foi alçada a um novo patamar em 1982, quando o crítico Robert Parker conferiu ao rótulo notas altíssimas.

A partir daí o Petrus passou a ser conhecido como o “Rei do Pomerol”.

Após a morte de Jean-Pierre, em 2003, seu filho Jean-François Moueix herdou o Château Petrus.

Em 2008, o enólogo Olivier Berrouet, filho de Jean-Claude Berrouet, assumiu a frente da produção, realizando diversas modernizações nas adegas.

Vinhedos Château Petrus

Vinhedos Château Petrus
Vinhedos Château Petrus

Os vinhedos do Château Petrus cobrem uma área de 11,5 hectares, em um solo único formado por três camadas a 40 metros do nível do mar, conhecido como Boutonnière Pétrus (Botão Petrus).

A primeira camada do solo é de cascalho, a segunda é de uma argila densa e rica em matéria orgânica.

O segredo está na terceira camada, de argila azul.

Essa combinação é única ao terroir do Château Petrus, não sendo encontrada em nenhum outro vinhedo.

A argila azul apresenta uma grande concentração de óxido de ferro, endurecendo tanto quanto uma pedra, impedindo as vinhas de aprofundar suas raízes.

Os frutos, dessa maneira, acabam ficando mais concentrados e retém mais umidade.

A casta Merlot encontra seu terroir ideal nesse cenário, produzindo frutos com alto teor tânico e qualidade indiscutível.

O Vinho Château Petrus

Vinho Château Petrus
Vinho Château Petrus

A colheita das uvas do Château Petrus é manual, realizada no período da tarde para proteger os bagos da umidade da manhã.

Uma parte do mosto é transferida para cubas de cimento, onde durante 18 a 25 dias ocorre a fermentação alcoólica em temperatura controlada.

Segue-se então a processo de fermentação malolática e de clarificação, não sendo filtrado.

Por fim, o vinho matura em barricas novas de carvalho francês por um período que varia entre 22 e 28 meses.

A produção do Petrus é considerada como baixíssima, de 30 à 50 mil garrafas ao ano.

Sendo que, desse total, cerca de 40% ficam na França, com o restante sendo distribuído nos mercados americano, inglês e asiático.

Com uma demanda muito superior à oferta, os exemplares são extremamente disputados em leilões.

Como a garrafa imperial de seis litros do Château Petrus 1982 arrematada pelo valor 45 mil libras por um colecionador asiático durante um leilão realizado pela companhia Bordeaux Index.


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