Ele acompanha a história da civilização humana e é adorado pelo mundo. Mas, o que faz essa bebida ser universal?
O que é vinho? Para te ajudar a compreender melhor essa divina bebida, preparamos um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre vinho.
Mas, antes de entrarmos na história da bebida, é importante fazer um adendo: o vinho não é apenas uma bebida alcoólica… vai além.
Vinho, é quase uma filosofia, aliás é uma filosofia. Se você é amante do vinho ou está começando a se apaixonar por ele, esse texto é ideal para você.
O que é Vinho?
De forma simples, pode-se definir vinho como uma bebida alcoólica elaborada a partir da fermentação do sumo, ou mosto, da uva.
Dependendo do país, ou da região, existem legislações específicas que versam sobre esse assunto.
No Brasil, por exemplo, a Lei nº 7.678, de 8 de Novembro de 1988, define que:
“É considerado vinho a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto de uva sã, fresca e madura, sendo proibida a aplicação do termo a produtos obtidos a partir de outras matérias-primas.”
Já na União Europeia, que engloba países como França, Itália, Portugal e Espanha, segundo o Regulamento (CE) n° 1493/1999 do Conselho de 17 de Maio de 1999:
“O vinho é legalmente definido como o produto obtido exclusivamente por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras ou esmagadas, ou de mostos.”
Dessa maneira, bebidas obtidas através da fermentação de outros frutos que não a uva, como a maçã, não podem ser definidos somente como vinho, sendo conhecidos de forma genérica como vinhos de fruta, como é caso da sidra.
O vinho sempre deve conter álcool, resultante do processo de fermentação das uvas.
A legislação brasileira diz que o vinho deve conter um teor alcoólico mínimo de 7%.
Bebidas produzidas a partir de uvas que não contém álcool devem estampar no rótulo “Fermentado de uvas viníferas desalcoolizado”.
Onde surgiu o Vinho?
O vinho permeia toda a história da civilização humana.
Não existe um consenso de quando exatamente ele tenha sido inventado ou descoberto, mas alguns arqueólogos afirmam que a bebida remonta ao período da Pré-História.
A data mais comumente aceita para ao início da história do vinho é entre os anos de 7.000 a 5.000 a.C. no território que abrange a atual Geórgia, mais precisamente na região do Cáucaso, onde foram encontrados vestígios das mais antigas vinhas cultivadas no mundo.
Evidências arqueológicas apontam, que, mais ou menos nesse mesmo período, já existia o cultivo de vinhas também no Irã, na Turquia e na China.
Gregos e Romanos, o aperfeiçoamento da viticultura
No território europeu os mais antigos registros da viticultura remontam a 6500 a.C, na Grécia.
Na literatura grega do período é possível encontrar várias fontes que descrevem o processo de vinificação, realizado com gesso parcialmente desidratado e cal.
Não demorou muito para que o vinho chegasse ao Antigo Egito, pelas mãos dos gregos, onde passou a desempenhar um papel importante nos rituais e cerimônias religiosas.
Os antigos gregos também foram os responsáveis por introduzir o vinho em suas muitas colônias, em territórios que hoje ocupam a Itália, a França e a Península Ibérica, onde estão Portugal e Espanha.
O vinho era um parte tão importante da cultura grega que era representado através de Dionísio, Deus das festas e da diversão.
Para os romanos esse mesmo Deus atendia pelo nome Baco.
Durante a época do Império Romano, a produção do vinho evolui consideravelmente, com a descoberta de uma grande número de variedades de uvas, o aperfeiçoamento das técnicas de cultivo das vinhas e a criação de barris de madeira para o armazenamento e transporte da bebida;
O vinho era frequentemente mencionado nos escritos de Homero, autor da Ilíada e da Odisseia, e Esopo, um autor de várias fábulas populares.
Vinho França, a ascensão de Bordeaux e Borgonha
O ano de 476 marca a deposição do imperador Rómulo Augusto e a queda do Império Romano.
Inicia-se, então, o período histórico conhecido como Idade Média.
Carlos Magno, primeiro imperador do Sacro Império Romano-Germânico, foi responsável por organizar politicamente a Europa e expandir o Reino Franco.
Entre suas realizações estavam a promulgação de leis agrárias e normas para regulamentar a produção do vinho.
Nessa época o vinho já era uma parte importante dos ritos da Igreja Católica, como na comunhão, onde representa o sangue de Cristo.
Além disso, a Igreja também era uma grande proprietária de terras, utilizando seus mosteiros para a produção da bebida.
No século XII os monges cistercienses levaram para a região de Chablis, na Borgonha, as primeiras vinhas da uva Chardonnay.
Iniciando uma tradição na produção de vinhos brancos que perdura até os dias de hoje.
Mais ou menos no mesmo período, Bordeaux viu um crescimento significativo na produção vinícola.
E com o casamento de Henrique II com Leonor de Aquitânia, tornou-se a principal região exportadora de vinhos para a Inglaterra.
A chegada das primeiras vinhas no Novo Mundo
O final do século XV e o início do século XVII marcam um período muito importante na história mundial, a Era dos Descobrimentos, representando também, a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Portugal e Espanha foram os principais responsáveis por descobrir e colonizar o Novo Mundo.
Com a América sendo descoberta em 12 de outubro de 1492, pelo navegador Cristóvão Colombo e o Brasil em 22 de abril de 1500, por Pedro Álvares Cabral.
Os exploradores trouxeram consigo da Europa as vinhas para o Novo Mundo, iniciando a viticultura em países como México e Peru, e mais tarde, no Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
Na África do Sul o cultivo de uvas para vinhos finos, a Vitis vinifera, teve seu início no século XVI, com a chegada de colonizadores holandeses ao Cabo da Boa Esperança.
No século XVII ocorre outro fato importante na história do vinho, a descoberta do espumante.
Diz a lenda que o monge Dom Pierre Pérignon, tesoureiro da abadia de Hautvillers, descobriu, no final do século XVI , como produzir o espumante por acaso, ao tentar acabar com a espuma típica dos vinhos de Champagne.
Passo a passo da produção do Vinho
O primeiro passo para a produção do vinho é a colheita das uvas.
Pode ser realizada de maneira manual, com o uso de tesouras própria para a retirada dos cachos, ou de maneira mecânica, com maquinário especializada.
Alguns produtores optam, também, por combinar esse dois processos, manual e mecânico.
As uvas são colhidas em diferentes épocas do ano, de acordo com seu período de maturação ideal.
Algumas variedades têm sua maturação precoce, devendo ser colhida antes das demais, enquanto outras apresentam maturação tardia, devendo permanecer nas vinhas por um maior período de tempo.
Além da variedade da uva, outros fatores que impactam na definição da época da vindima, são o clima e o terroir.
Por isso, é importante que a equipe viticultura esteja sempre atenta aos sinais da maturidade, para garantir que os frutos sejam colhidos no momento ideal.
Os produtores também definem qual é o melhor momento do dia para colher as uvas, alguns preferem a noite, enquanto outros, nas primeiras horas da manhã.
Não é recomendado que os frutos sejam colhidos ao meio dia, ou durante à tarde, quando o sol está muito forte.
A seleção dos melhores cachos pode ser realizada ainda no vinhedo ou nas mesas de seleção, após os frutos chegarem à adega.
O processo de seleção pode ser manual ou mecânico.
Desengace e Esmagamento das Uvas
A próxima etapa na produção do vinho é o desengace das uvas.
Nesse processo os ramos que sustentam as uvas nos cachos, chamados de engaço, são retirados.
Esse é um passo muito importante, pois o engaço pode adicionar um sabor amargo ao vinho.
Após o desengace, as uvas seguem para o esmagamento, que quebra as cascas e fragmenta as polpas de maneira e extrair o máximo de mosto com o mínimo de desperdício.
Hoje em dia, na maior parte das vinícolas, o esmagamento é realizado de maneira mecanizada.
Mas alguns produtores, ainda optam por realizar esse processo de maneira manual, onde as uvas são colocadas em tanques e pisoteadas.
Prensagem do Mosto
Após o desengace e o esmagamento das uvas é realizada a prensagem do mosto.
Nessa etapa uma prensa realizada a separação das cascas e das sementes do suco da uva.
Esse processo só é realizado na produção de vinhos brancos, não sendo utilizado para tintos e rosés.
Maceração Pré-fermentativa
A maceração pré-fermentativa é uma técnica opcional, não sendo obrigatória para a produção do vinho, pois alguns variedades de uvas não adaptam-se bem a esse processo.
Seu principal objetivo é a extração primária dos aromas.
Nesta etapa as uvas são mantidas sob baixas temperaturas nos depósitos de fermentação, podendo aí permanecer por algumas horas, para vinho brancos, até algumas semanas, para alguns tintos.
Fermentação Alcoólica
A fermentação alcoólica é uma das partes mais importantes no processo de produção do vinho!
Nesta etapa são adicionados micro-organismos que convertem o açúcar em álcool, conhecidos como leveduras, ao mosto.
As leveduras podem ser nativas ou selecionadas.
As leveduras nativas, também conhecidas como indígenas, são aquelas encontradas na atmosfera ou na casca da própria uva.
Já as as leveduras selecionadas são cultivadas em laboratório.
O processo de fermentação pode ser realizado em tanques ou cubas de aço inox, tanques de concreto ou barricas de carvalho.
Durante essa etapa é importante que a temperatura seja controlada e monitorada, para evitar a aparecimento de fungos.
Maceração Pós-fermentativa
Assim como a maceração pré-fermentativa, a maceração pós-fermentativa também é opcional.
Nesse processo o vinho já fermentado é mantido nos depósitos de fermentação, visando melhorar a extração de taninos e de antocianos.
Durante a maceração é comum que as cascas das uvas sejam empurradas para cima do mosto, formando um “chapéu”.
Para evitar que o chapéu fique boiando, impedindo o contato do mosto com as cascas, podem ser utilizadas duas técnicas, a pigeage e a remontagem.
Na pigeage, conhecida em inglês como “punching down”, é utilizado o uso de um tipo de pá para empurrar as cascas da uvas de volta ao mosto.
Esse é um processo manual e normalmente utilizado para lotes menores de vinho.
Antigamente eram bastante comum utilizar os pés ao invés de um pá. Ainda hoje alguns produtores artesanais ainda fazem a pigeage com os pés.
Na remontagem, conhecida em inglês como “pumping over”, é utilizada uma bomba para extrair o mosto da parte de baixo do tanque e bombear para cima do chapéu.
Esse é um processo mecânico e normalmente utilizado para lotes maiores de vinho.
Fermentação Malolática
A fermentação malolática é um processo espontâneo que transforma o ácido málico em ácido lático.
Caso o produtor queria interromper essa etapa da fermentação, é necessário que adicione um conservante ao vinho, geralmente o anidrido sulfuroso.
Nos vinhos tintos a fermentação malolática é responsável por agregar opulência, corpo e complexidade aromática.
Por conta disso, a maior parte dos produtores opta por realizar a fermentação malolática nos tintos.
Já no caso dos vinhos brancos a fermentação malolática acaba por diminuir o frescor e a acidez.
Tendo isso em vista, a maior parte dos produtores opta por interromper a fermentação malolática nos brancos, ou realizá-la apenas em uma pequena porcentagem do vinho.
Trasfega
Trasfega é o nome que se dá ao processo de transferir o vinho de um tanque para outro, separando o líquido dos resíduos sólidos que se depositam no fundo do tanque, como películas e sementes.
Essa é uma etapa importante, pois evita que sabores e aromas indesejáveis sejam transferidos ao vinho.
Filtragem
A filtragem é uma etapa opcional na produção do vinho.
Nela, o vinho passa por uma série de filtros com diferentes porosidades, que retiram pequenos sedimentos que podem deixar a bebida com uma aparência turva.
A filtragem gera grande controvérsia entre os produtores.
Enquanto alguns valorizam a aparência límpida que esse processo proporciona, outros afirmam que o vinho é mais puro quando não é filtrado.
Clarificação e Estabilização
A clarificação é um processo onde são utilizadas proteínas da clara do ovo que absorvem e depositam no fundo do tanque partículas sólidas que estejam em suspensão no vinho.
Assim como a filtragem, a clarificação também é uma etapa opcional na produção do vinho.
Após a fermentação, também é realizada a estabilização do vinho em três etapas.
A estabilização ao calor, que evita que a bebida se torne turva em altas temperaturas.
A estabilização ao frio, que evita a formação de cristais no vinho quando subtetiro a baixas temperaturas.
E a estabilização microbiológica, que evita que o bebida passe por novas fermentações após ser engarrafada.
Envelhecimento
O amadurecimento, ou envelhecimento, do vinho, é uma etapa essencial do processo de produção, conferindo maior complexidade aromática a bebida.
Esse é um processo que pode durar de alguns meses até vários anos!
O envelhecimento pode ser realizado em tanques de aço inox ou concreto, que preservam o frescor e o caráter frutado, geralmente utilizado para vinhos brancos e tintos jovens.
Os barris de carvalho são a forma mais tradicional de amadurecimento dos vinhos tintos, adicionando camadas de aromas, como de especiarias, notas tostadas e defumadas.
Alguns vinhos brancos, como os produzidos com a uva Chardonnay, beneficiam-se do envelhecimento em carvalho, ganhando corpo e textura amanteigada.
Os principais barris utilizadas no envelhecimento são os de carvalho francês, americano e eslavo.
Dependendo do estágio de vida do barril ele pode adicionar diferentes características ao vinho.
Barris de carvalho novos, ou de primeiro uso, apresentam uma maior transferência de aromas e sabores à bebida.
A partir do terceiro uso os barris tornam-se inertes, tendo como principal foco a micro-oxigenação do vinho.
Envase
O envase é o processo no qual o vinho é acondicionado na garrafa e onde é colocado o rótulo e a rolha, ou a tampa metálica, para fechamento.
Alguns produtores optam por deixar o vinho estagiar na garrafa por um dado período antes de ser comercializado.
Dica DiVinho: Confira nosso artigo sobre as diferenças entre a tradicional rolha de cortiça e o screw cap!
E os Espumantes?
Para ganhar sua efervescência característica, as conhecidas borbulhas, o vinho espumante passa por um processo conhecido como segunda fermentação, que proporciona uma maior concentração de dióxido de carbono (CO2) à bebida.
O método do segundo processo de fermentação varia de acordo com o espumante.
O mais tradicional é o Método Champenoise, onde a fermentação é feita dentro da garrafa, também conhecido como Método Tradicional ou Método Clássico. Esse é o método pelo qual é produzido o famoso Champagne francês e o Cava espanhol.
No Método Charmat, a segunda fermentação é realizada em grandes tanques de inox. Esse é o método pelo qual é produzido o Prosecco italiano.
Dica DiVinho: Você sabe qual é a diferença entre Cava e Champagne? Descubra em nosso artigo!
Tipos de Vinho
Vinho de Mesa
Vinhos de Mesa são aqueles produzidos com as chamadas uvas de mesa, mais comumente da espécie Vitis labrusca.
Podem ser comercializados em garrafas convencionais, em garrafões de quatro a cinco litros, ou até mesmo em embalagens tetra pak, como as utilizadas para sucos e leites.
Quando comparados aos refinados vinhos finos, os vinhos de mesa apresentam qualidade bastante inferior, além de menor complexidade aromática e de sabores.
Na Europa os vinhos de mesa são conhecidos como vin de table na França, vino da távola na Itália e vino de mesa na Espanha.
Vinhos Finos
Os vinhos finos são elaborados com uvas da espécie Vitis vinifera, seguindo regras de produção específicas, resultando em uma bebida de alta qualidade, com grande complexidade aromática, de textura e sabores.
Os vinhos finos podem ser elaborados com apenas um tipo de uva, sendo conhecidos como varietais, ou com um blend de duas ou mais variedades, também conhecido como corte ou assemblage.
Vinho Tinto
O vinho tinto é um dos tipos mais populares de vinho.
É elaborado a partir da fermentação das variedades de uvas tintas, onde as cascas das uvas permanecem em contato com o mosto durante o processo de maceração, dando à bebida sua característica coloração tinta, que pode variar do rubi até o violáceo.
Vinho Branco
O vinho branco é um favorito entre os amantes de vinhos, por seu frescor e leveza.
Pode ser elaborado a partir de uvas brancas ou tintas, sendo que durante o processo de fermentação o mosto não tem contato com as cascas, onde se encontram os polifenóis que conferem a coloração tinta ao vinho.
A coloração do vinho branco pode variar desde o amarelo pálido com nuances esverdeadas até o dourado com nuances âmbar.
Vinho Rosé
O vinho rosé, também conhecido como vinho rosado, é um tipo de vinho que cada vez vem ganhando mais espaço na taça dos enófilos.
Sua belíssima coloração rosada, que pode variar desde o coral pálido até o púrpura intenso, deriva de um processo de vinificação específica.
Os métodos mais comuns na produção de vinhos rosés são a prensagem direta, onde as uvas tintas são prensadas de maneira delicada; a maceração curta, que segue o método de produção dos vinhos tintos, mas as cascas ficam em contato com o mosto por apenas um breve período de tempo; a sangria; o corte e a cofermentação.
Dica DiVinho: Confira nosso artigo sobre os vinhos rosés da França!
Vinho de Sobremesa
Os vinhos de sobremesa caracterizam-se por uma elevada doçura no paladar.
São rótulos mais concentrados, onde o açúcar proveniente da uva não é completamente transformado em álcool, apresentado um nível de acidez equilibrado e um teor alcoólico mais alto.
Os vinhos de sobremesa são divididos em cinco categorias principais de acordo com o processo de produção: fortificação, passificação, podridão nobre, colheita tardia e congelamento.
Dica DiVinho: Nós temos um artigo completo sobre os vinhos de sobremesa. Não deixe de conferir!
Vinho Fortificado
O vinho fortificado, também conhecido como vinho licoroso, faz parte da categoria dos vinhos de sobremesa.
O expoente mais conhecido nesse categoria com certeza é o vinho do Porto de Portugal. Vale destacar também o Xerez da Espanha, o Banyuls da França e o Marsala da Itália.
No processo de fortificação as uvas são colhidas e vinificadas como em qualquer vinho seco.
A fermentação é interrompida antecipadamente com o adição de uma aguardente conhecida como como álcool vínico.
O mosto, então, atinge um determinado grau alcoólico, onde as leveduras são mortas antes de o açúcar ser completamente consumido.
Dica DiVinho: Confira nosso guia completo sobre tudo que você precisa saber sobre o vinho do Porto!
Vinho Espumante
O espumante é o vinho perfeito para momentos de celebração!
Suas deliciosas borbulhas, conhecidos como perlage, resultam de um segundo processo de fermentação, que pode ser realizada dentro da garrafa, conhecido como Método Champenoise, Tradicional ou Clássico, ou em tanques de aço inox, conhecido como Método Charmat.
É impossível falar de espumantes e não mencionar o sofisticado Champagne francês.
Além de Champagne, outros célebres espumantes incluem o Cava da Espanha, o Prosecco de Vêneto, e o Franciacorta, de Lombardia, na Itália.
Principais Uvas
Uvas Tintas
Cabernet Sauvignon
A Cabernet Sauvignon é originária da região vitivinícola de Bordeaux, no sudoeste da França.
É a variedade tinta mais famosa e cultivada no mundo, sendo conhecida como a rainha das uvas tintas.
Cabernet Franc
A Cabernet Franc é originária dos Pyrénées espanhóis, uma cordilheira no sudoeste da Europa, entre a França e a Espanha.
Ela é a uva mãe da famosa Cabernet Sauvignon, que nasceu de um cruzamento natural entre a Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc.
Carménère
A Carménère é originária da região vinícola do Médoc, em Bordeaux, na França. Por muito tempo, ela foi a estrela do corte bordalês.
Hoje, ela é uva tinta mais emblemática do Chile, onde foi redescoberta em 1994, após ser dada como extinta devido à praga Filoxera.
Malbec
A Malbec é originária da cidade de Cahors, no departamento de Lot, na França.
Hoje, a Malbec é uva mais cultivada na Argentina, sendo praticamente sinônima com a país sul americano, já que os seus vinhedos na França foram praticamente dizimados durante o século XIX, em decorrência da praga Filoxera.
Merlot
A Merlot é originária da região vitivinícola de Bordeaux, na França.
É uma das uvas mais utilizadas no corte Bordalês, junto com a Cabernet Franc e a Cabernet Sauvignon.
Pinot Noir
A Pinot Noir é originária da França.
Uma das variedades mais antigas, é considerada por muitos como a uva tinta mais elegante.
Além de dar origem a excelentes vinhos tintos, a Pinot Noir também é bastante utilizada na produção de vinhos rosés e espumantes, incluindo o requintado Champagne.
Tannat
A Tannat é originária da região de Madiran, próxima aos Pirineus, na França.
Apesar de ser uma variedade francesa, hoje é mais fácil encontrá-la no Novo Mundo, principalmente no Uruguai, onde ocupa um terço dos vinhedos do país.
Tempranillo
A Tempranillo é originária da Espanha. É a variedade tinta mais cultivada no país.
É conhecida por várias outras nomenclaturas, como Tinta del País, Tinto Fino, Tinta del Toro, Cencibel, Ull de Lebre, Tinta Roriz, Aragonez, Valdepeñas e Negretto.
Sangiovese
A Sangiovese é originária da região vitivinícola da Toscana, no centro da Itália.
É a variedade mais plantada no país e disputa com a Nebbiolo o posto de melhor uva tinta italiana.
Ela conta com dois clones famosos, a Sangiovese Grosso, também chamada de Prugnolo Gentile e Brunello, e a Sangiovese Piccolo.
Nebbiolo
A Nebbiolo é originária da região vitivinícola do Piemonte, no noroeste da Itália.
É uma das variedade italianas mais importante, disputando com a Sangiovese o posto de melhor uva tinta italiana.
Uvas Brancas
Chardonnay
A Chardonnay é originária da região vitivinícola da Borgonha, no centro-leste da França.
É a variedade branca mais famosa e cultivada no mundo, sendo conhecida como a rainha das uvas brancas.
Sauvignon Blanc
A Sauvignon Blanc é originária do Vale do Loire, na França.
É a terceira variedade branca mais cultivada na França e é responsável por dar origem a Cabernet Sauvignon, graças a um cruzamento natural com a Cabernet Franc.
Pinot Grigio
A Pinot Grigio é originária da região vitivinícola da Borgonha, na França, onde atende pelo nome Pinot Gris.
A variedade é bastante cultivada na Itália, tanto que hoje é mais conhecida por sua nomenclatura italiana!
Moscatel
A Moscatel é originária da Grécia Antiga ou do Egito.
Também é conhecida pelos nomes Moscato ou Muscat, abrangendo uma família com mais de cento e cinquenta variedades.
A uva produz vinhos brancos e espumantes que têm como característica principal o sabor e o aroma adocicado.
Torrontés
A Torrontés é originária da região vitivinícola da Galícia, na Espanha.
Apesar de sua origem estar no Velho Mundo, hoje ela é a uva branca mais emblemática da Argentina.
A variedade surgiu de um cruzamento entre as uvas Moscatel de Alexandria e País.
Alvarinho
A Alvarinho é originária do Minho, na região vitivinícola dos Vinhos Verdes, ao norte de Portugal.
É considerada, por muitos, como a mais nobre das uvas brancas portuguesas.
Na Espanha, a Alvarinho atende pelo nome Albariño.
Sémillon
A Sémillon é originária da região de Bordeaux, na França.
Ela é uma variedade bastante suscetível a à podridão nobre.
Por conta disso, é a uva mais utilizada na produção do Sauternes, um dos vinhos de sobremesa mais famosos do mundo.
Viognier
A Viognier é originária da região da Dalmácia, que abrange parte da Croácia, Bósnia e Herzegovina, e Montenegro.
É uma uva branca bastante popular, tanto no Novo Mundo, quanto no Velho Mundo.
Glera
A Glera é originária do vilarejo de Prosecco, dentro da região de Friul-Veneza Júlia, no nordeste da Itália.
É a principal casta utilizada na produção do espumante italiano Prosecco, sendo que, por muitos anos, a própria uva foi conhecida pelo nome Prosecco.
Gewürztraminer
A Gewürztraminer é originária do vilarejo de Traminer, na Itália, mas foi na Alemanha que ela encontrou sua melhor representação.
O prefixo “Gewürz” significa “tempero” em alemão, fazendo referência ao seu marcado aroma de especiarias.
Principais Países Produtores
Velho Mundo
França
A França é um dos mais importantes países produtores de vinho no Mundo, tanto que muito a chamam de a meca do vinho.
O país continua reinando absoluto no quesito “topo de gama”, com rótulos como o lendário Château Petrus e o Château Lafite Rothschild.
Dica DiVinho: Temos uma entrevista exclusiva com Philippe de Nicolay Rothschild, dos Domaines Barons de Rothschild (Lafite), confira!
É impossível falar da França e não mencionar os renomados tintos de Bordeaux e os maravilhosos brancos da Borgonha.
O país também é berço do mais requintado e valorizado espumante do mundo, o Champagne.
A França também produz excelentes vinhos rosés, originários de Provence, e deliciosos vinhos de sobremesa, os famosos Sauternes.
Isso sem mencionar outras renomadas regiões vitivinícolas, como Languedoc-Roussillon e Côtes-du-Rhône, lar do icônico Châteauneuf du Pape.
Itália
A Itália rivaliza com a França o título de maior produtor de vinhos do mundo.
A diversidade de rótulos do topo de gama deixa qualquer enófilo com um sério problema para escolher o seu preferido.
Barolo, Barbaresco, Amarone, Brunello di Montalcino e Chianti Classico são apenas alguns dos ícones italianos.
Nos espumantes o Prosecco é uma unanimidade, mas quem procurar com dedicação encontra fantásticos Franciacorta.
São muitas regiões vinícolas de renome da Itália, como a Toscana, lar dos Supertoscanos, Sicília, Piemonte e Puglia, com seus ótimos Primitivo di Manduria.
Portugal
Portugal é muito mais que a terra do vinho do Porto! O país é um dos mais tradicionais produtores de do mundo.
Estima-se que o país exportava vinhos para Roma ainda na época do Império Romano.
Um nome bastante conhecido quando se fala de Portugal é a região dos Vinhos Verdes.
Os vinhos verdes não são verdes, apenas levam o nome dessa região demarcada e podem ser brancos, tintos, rosados e espumantes.
Além dos Vinhos Verdes, destacam entre as regiões vitivinícolas de Portugal o Douro, lar do icônico Barca Velha, o Dão, a Bairrada e o Alentejo, onde é produzido o grande Pêra-Manca.
Dica DiVinho: Confira nosso artigo sobre os segredos por trás do Barca Velha e do Pêra-Manca!
Espanha
A Espanha é terceiro maior produtor de vinhos do mundo!
São mais de 1.2 milhões de hectares de vinhedos, distribuídos entre célebres regiões vitivinícolas, como Rioja, Ribera del Duero, Toro e Penedès, entre muitas outras.
O país é lar de um dos mais caros vinhos do mundo, o Pingus, que safra a safra coleciona notas fantásticas e, muitas vezes, a pontuação perfeita, de críticos de renome, como James Suckling e Robert Parker.
Outro destaque da Espanha é o Cava, um espumante produzido segundo o Método Tradicional, ou Método Clássico, nas comunidades autônomas espanholas da Catalunha, Navarra, Aragão, Rioja, Extremadura, Valência e Álava.
Alemanha
A Alemanha é berço de alguns dos melhores vinhos brancos do mundo, produzidos com a uva Riesling.
Além disso, o país também destaca-se no cultivo da aromática uva Gewürztraminer.
Outro vinho ícone alemão é o Eiswein, ou Icewine, um vinho de sobremesa elaborado a partir de uvas congeladas.
Hungria
A Hungria produz uma das maiores preciosidades do mundo do vinho, o Tokaji. Um vinho de sobremesa elaborado a partir de uvas botritizadas.
A elaboração do Tokaji é tão meticulosa que uma videira inteira gera apenas uma taça do néctar.
Novo Mundo
Argentina
A Argentina é um gigante no mundo do vinho.
O país é quinto maior produtor mundial, o sétimo maior mercado consumidor e o segundo maior exportador da bebida para o Brasil.
A principal região vitivinícola da Argentina é Mendoza, que concentra cerca de 70% de toda a produção.
Mas San Juan, ao norte, e a Patagônia, ao sul, também destacam-se na elaboração de vinhos elegante e de alta qualidade.
A uva Malbec, apesar de sua origem francesa, tornou-se quase sinônima com a Argentina e não é à toa, os Malbecs argentinos são intensos e encorpados, harmonizando muito bem com um prato favorito dos brasileiros, o churrasco!
Mas nem só de Malbec vive o país, é possível encontrar ótimos vinhos brancos, como aqueles produzidos com a uva Torrontés, oriundos da região vitivinícola de Salta, no norte da Argentina.
Além disso, algumas das mais importantes vinícolas do Novo Mundo estão na Argentina, como a Catena Zapata, que foi eleita como a Marca Mais Admirada do Mundo pela publicação Drinks International!
Dica DiVinho: Não deixe de conferir nosso artigo sobre a Catena Zapata!
Chile
O Chile é um dos mais importantes produtores do Novo Mundo.
Graças ao seu isolamento geográfico, tendo ao oeste o Oceano Pacífico, ao leste a Cordilheira dos Andes, ao sul a Patagônia e ao norte o Deserto do Atacama, o país não foi atacado pela praga Filoxera, que foi responsável por dizimar os vinhedos europeus no final do século XIX.
E foi justamente esse isolamento geográfico que permitiu que a uva Carménère fosse redescoberta em vinhedos chilenos em 1994, até então, a variedade era tida como extinta.
Hoje, o Chile é disparado o maior produtor mundial de Carménère.
Entre as principais regiões vitivinícola do país vale destacar o Vale Central, que abrange o Vale do Maipo, o Vale de Colchagua, o Vale de Cachapoal, o Vale de Curicó e o Vale do Maule. Apalta, Casablanca e Leyda são outras importantes regiões produtoras no Chile.
Uruguai
O Uruguai é um dos maiores produtores da uva Tannat, cerca de um terço dos vinhedos do país são dedicados a essa variedade.
Apesar de ser originária da França, no terroir uruguaio a Tannat se expressa de uma maneira singular, em vinhos estruturados, com taninos vivos e fruta abundante.
A cena vitivinícola do Uruguai é composta por pequenas bodegas, muitos delas familiares, que elaboram vinhos com zelo e paixão.
Os departamentos de Montevidéu e Canelones concentram 80% dos vinhedos do país e a maior parte das vinícolas.
Brasil
Foi se o tempo em que o Brasil era associados a vinhos de baixa qualidade.
Hoje, os vinhos nacionais são autênticos, equilibrados e elegantes.
Os espumantes brasileiros vêm se destacando no cenário vitivinícola internacional, principalmente aqueles oriundos da na Serra Gaúcha, onde estão localizadas as cidades de Pinto Bandeira, Garibaldi e Farroupilha.
Outras regiões produtoras que vem ganhando destaque são Minas Gerais e Espírito Santo do Pinhal, no estado de São Paulo, conhecida como a “Toscana Brasileira”, em decorrência do clima ideal para a viticultura.
Estados Unidos
Os Estados Unidos são um dos maiores países produtores de vinho do mundo, além disso, também são vorazes apreciadores da bebida, sendo hoje o maior mercado consumidor do planeta, à frente da França.
A Califórnia é a mais importante região vitivinícola dos Estados Unidos, concentrando mais de 90% de toda a produção do país.
Os vinhos tintos e brancos californianos passaram a gozar de grande prestígio após o famoso Julgamento de Paris, onde os exemplares do Novo Mundo bateram rótulos de Bordeaux e da Borgonha em um teste às cegas.
Uma das uvas mais famosas da Califórnia é a Zinfandel, conhecida como Primitivo na Europa, mas o terroir da região é bastante versátil, produzindo ótimos vinhos com as cepas Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc e Syrah.
Não é possível falar dos Estados Unidos sem mencionar o Opus One, um dos melhores vinhos do mundo, que resulta de uma parceria do Barão Philippe de Rothschild, dos Domaines Barons de Rothschild (Lafite), e Robert Mondavi, um renomado produtor de Napa Valley.
África do Sul
A África do Sul é um país com um tradição muita antiga na viticultura, remontando ao século XVII.
Quando se fala em vinhos sul-africanos, logo vem à cabeça a uva Pinotage que surgiu em 1925, graças ao cruzamento das variedades Cinsault e Pinot Noir.
Dica DiVinho: Quer saber mais sobre a uva Pinotage? Então confira nosso artigo sobre essa variedade!
Como Harmonizar o Vinho
Harmonizar vinhos pode parecer uma tarefa difícil, mas não precisa ser tão complicado! Uma maneira fácil de combinar a bebida com os pratos é guia-se pelo tipo de vinho.
Vinhos tintos leves, como os produzidos com as uvas Pinot Noir e Grenache, combinam bem com massas ao molho vermelho, como sugo e bolonhesa.
Vinhos tintos de corpo médio, como os elaborados com as uvas Merlot e Sangiovese, são ótimos companheiros para risotos.
Já os vinhos tintos encorpados, como os produzidos com Cabernet Sauvignon e Malbec, harmonizam bem com carnes vermelhas grelhadas e carnes de caça.
Vinhos brancos leves, como os elaborados com Sauvignon Blanc e Pinot Grigio, acompanham bem saladas, peixes e frutos do mar.
Vinhos brancos aromáticos, como os produzidos com Gewüstraminer e Riesling, são bons companheiros para pratos picantes, como os das culinárias indiana e tailandesa.
Vinhos brancos mais encorpados, como os elaborados com Chardonnay e Sémillon, harmonizam bem com massas ao molho branco e molho de queijo.
Os vinhos rosés são bastante democráticos, funcionando bem como aperitivos, mas também acompanham bem entradas, saladas, massas e peixes.
Nos dias mais quentes da primavera e do verão então, são uma delícia!
Dica DiVinho: Nós temos uma categoria em nosso Blog somente sobre harmonização, não deixe de visitar!
Você encontra os melhores vinhos na DiVinho! E você, qual é o seu vinho favorito?