Vallontano Vinhos Nobres é uma vinícola que vem se destacando no cenário vitivinícola brasileiro pela qualidade de seus rótulos.
Luís Henrique Zanini, enólogo da Vallontano, concedeu uma entrevista exclusiva para a DiVinho, falando da filosofia “terroarista” da vinícola, do profundo respeito à natureza e de seus renomados vinhos e espumantes, confira:
Conte um pouco da história da Vallontano Vinhos Nobres.
A Vallontano surgiu em 1999 de um sonho de elaborar vinhos na região vitivinícola do Vale dos Vinhedos com um perfil de identidade local.
Lutamos muito por essa identidade.
Os vinhos da Vallontano, desde o seu início em 1999, até hoje, buscam essa identidade local, um respeito ao nosso solo, ao nosso clima.
A história da Vallontano é isso, um pouco dessa busca de elaborar vinhos com identidade.
A filosofia da vinícola consiste em expressar e respeitar o terroir, a natureza e a cultura local. Como esses pontos são colocados em prática na produção dos vinhos?
Por ser uma vinícola artesanal e familiar, manter essa filosofia demanda bastante esforço nos vinhedos.
Temos um cuidado muito grande de manter um sistema de produção e manejo adequado, nossa colheita é manual, por exemplo.
Acreditamos que o vinho sai da vinha.
Com uma uva ruim não se faz um grande vinho.
Temos também todo um trabalho de manutenção da cultura, de como era feito antigamente, no tempo dos nossos pais e nossos avós.
Há uma mínima intervenção para a elaboração do vinho, mas não de maneira que ela transforme aquilo que a natureza nos deu.
O Vale dos Vinhedos destaca-se como um dos mais importantes terroirs para a produção de vinhos no Brasil. Qual o segredo desse terroir?
O Vale do Vinhedos se destaca por dois pontos, pela cultura que os imigrantes trouxeram nas vinhas e pelo aperfeiçoamento e adaptação das castas, que tornou a região conhecida internacionalmente.
Isso começa na imigração italiana, quando os primeiros imigrantes chegaram ao país e se estabeleceram em uma área interessante para a viticultura.
Mas, no primeiro momento, foi um questão muito mais cultural do que comercial.
Fale um pouco dos métodos não intervencionistas utilizados na Vallontano.
Temos todo um trabalho no vinhedo de não intervencionismo, respeitamos muito o que o solo e o clima estão nos dando.
Essa é uma questão que colocamos como prioritária na Vallontano, o respeito pelo ciclo vegetativo da videira.
Hoje utilizamos muito mais a técnica do que a tecnologia.
Aprendemos a não intervir e não tentar padronizar os vinhos.
Jamais vamos querer que a Vallontano faça vinhos ao estilo chileno ou argentino, por exemplo.
O Vinho LH Zanini é um ícone da Vallontano, como foi sua concepção?
O Vinho Tinto LH Zanini é fruto de um trabalho imenso, que demorou anos.
Começamos em 2004 a fazer os primeiros testes com appassimento das uvas e fomos vendo quais variedades se enquadravam nesse tipo de técnica.
A técnica do appassimento é muito antiga e aqui no Brasil é pouco trabalhada.
Testamos diferentes variedades e fizemos micro vinificações até chegar a um corte quase que perfeito.
O Vinho Tinto LH Zanini acaba sendo o único corte que a Vallontano tem, todos os outros são vinhos varietais.
É um vinho autoral, que resulta de um grande trabalho de pesquisa.
Vallontano Moscatel e Vallontano Brut são dois ótimos espumantes, fale um pouco desses rótulos.
Esses são dois rótulos mais antigos, dos primeiros que colocamos em nosso portfólio.
Com o Vallontano Brut a ideia foi aproveitar as características do terroir da região para produzir um grande espumante.
Um corte de Chardonnay e Pinot Noir.
Já com o Vallontano Moscatel atingimos um público bem específico, pois nossa produção é muito limitada.
Ele vem de uma região propícia para plantar a Moscato, nos Caminhos de Pedra.
O Espumante Vallontano Rosé Brut já foi eleito o melhor espumante do Brasil elaborado pelo método Charmat para o Guia Descorchados, qual o seu segredo?
O segredo é a simplicidade!
Colocamos nesse corte o Riesling Itálico, que é uma variedade bastante plantada no Rio Grande do Sul, até pela questão da imigração.
Essa variedade oferece uma certa dissonância muito bem-vinda para o Espumante Rosé.
Existe uma nova geração de jovens que estão descobrindo os prazeres dos vinhos, como é atender esse público?
É muito interessante, pois é um público que busca descobertas.
Antigamente não haviam tantas opções.
Hoje existe a oferta de muito mais produtos no universo vitivinícola que dão a possibilidade do jovem escolher o que mais gosta.
Os jovens têm uma grande curiosidade, de provar tudo, de provar novidades, ou mesmo de provar coisas mais tradicionais.
Quais rótulos Vallontano você recomenda para quem está começando a conhecer a vinícola?
Nos tintos eu gosto muito do Cabernet Sauvignon Reserva, do Merlot e do Tannat.
Nos brancos temos o Chardonnay e o Espumante LH Zanini Extra Brut que é muito interessante.
São rótulos que dão uma noção geral da Vallontano como vinícola.
Você encontra os melhores vinhos da Vallontano Vinhos Nobres na DiVinho! E você, já provou os rótulos da vinícola?