Riedel é uma das renomadas produtoras de taças para vinho e artigos de cristal.
Guilherme Mantovani, Regional Sales e Marketing Manager, concedeu uma entrevista exclusiva para a DiVinho, falando da tradição da Riedel, o diferencial de suas taças, decanters e como eles influenciam na degustação do vinho, confira:
A história da Riedel está intrinsecamente ligada à história do Vinho, fale um pouco dessa tradição.
A história da Riedel, nos últimos anos, está muito ligada à história do vinho e, principalmente, do vinho italiano.
Klaus Riedel inspirou-se nos rótulos italianos para desenvolver a taça que chamamos de formato de ovo.
Que fecha na parte de cima para manter os aromas do vinho protegidos e proporciona uma melhor experiência sensorial.
Antes da criação de taças para vinho, o foco da produção da Riedel era muito mais destinada a produtos decorativos,.
Tendo como clientes pessoas da alta sociedade que tinham poder aquisitivo para consumir esse tipo de produto.
Riedel é considerado como o “Rei do Cristal” por sua maestria e perfeccionismo no manejo desse delicado material, como é o processo de produção?
Temos duas formas de produzir.
A maneira tradicional, que é soprada a boca ou feita à mão, até hoje feita pela própria Riedel na fábrica que está localizada em Kufstein, na Áustria.
A outra forma de produção é de maneira industrial, que está localizada em duas fábricas na Alemanha.
São técnicas semelhantes, porém uma é feita totalmente à mão com a utilização de moldes tradicionais e a outra é realizada através de maquinários e moldes automatizados.
A grande diferença é na produção de decanters, onde uma máquina só consegue produzir um decanter de forma simétrica.
Enquanto que na fábrica artesanal podemos produzir formas orgânicas e muito mais flexíveis, impossíveis de produzir em maquinário.
As taças Riedel são consideradas como as melhores do mundo pelos críticos e entusiastas de vinho, por que o formato é tão importante?
O formato é importante porque ele leva a mensagem do vinho ao nosso paladar, aos nossos sensores.
Em cada vinho, cada bebida, não somente no vinho, mas em licores, cervejas, café e até mesmo água, a taça é instrumento que vai fazer com que a percepção do aroma e do sabor seja diferente.
Na bebida existem moléculas, por exemplo, na questão aromática, que funcionam em velocidade diferentes.
E o formato da taça faz com que essas moléculas se concentrem ou se expandam mais dependendo do fluxo de ar dentro da taça.
Na questão sensorial de sabor, o formato da taça faz com que a bebida entre em um local diferente na língua, fazendo com que certas papilas sejam utilizadas ao máximo.
Onde as características do vinho, por exemplo, a acidez, o amargor, tanino, a fruta, sejam intensificadas ou não tão acentuadas.
Ainda hoje, Riedel continua produzido produtos “feitos à mão”, mesclando técnicas clássicas de produção com as mais modernas tecnologias. Como é ainda hoje utilizar essas técnicas de produção em um mercado tão industrializado.
Produzimos produtos em Kufstein feitos à mão porque ainda há demanda.
Enquanto o consumidor tiver interesse em pagar o alto preço de um produto feito na Áustria, onde o custo de mão de obra é mais elevado que na Ásia.
O processo produtivo é muito tradicional, talvez a nossa maior limitação seja conseguir a mão de obra, pois essa mão de obra é extremamente qualificada.
São de quinze a dezoito anos de treinamento antes de o profissional ser um mestre do cristal.
As pessoas hoje buscam outro tipo de trabalho e a falta de profissionais nessa indústria tão tradicional faz com que existam cada vez menos marcas e produtores que consigam fazer isso da maneira tradicional.
Os decanters Riedel são verdadeiras obras de arte, principalmente o Mamba e o Curly, cada decanter é único, como são desenvolvidos?
Eles são desenhados pelo nosso CEO, Maximilian Riedel, que se inspira de diferentes formas.
A inspiração do Mamba, por exemplo, é uma serpente.
O Curly foi desenvolvido na Austrália, quando um açougueiro que só vendia carne de porco de alta gama, tinha interesse em desenvolver um presente para os melhores clientes e veio até nós buscando algo único.
Foi assim que desenvolvemos o Curly, que tem a volta como se fosse o rabo de um porco.
Por isso, normalmente ele vem na cor rosa, para ilustrar um pouco esse animal.
Os decanters são feitos à mão.
A matéria-prima é manipulada como um balão, o profissional sopra aumentando a superfície e depois com o movimento são feitos os contornos e as voltas.
São apenas três pessoas que estão aptas a produzir os decanters.
Por isso, o preço mais elevado, pois há uma limitação de produção e uma limitação humana.
Por ser produzido de forma manual cada decanter é único.
Existe sempre uma pequena variação que só pode ser percebidas quando um decanter está ao lado do outro.
Decantar ou não decantar, qual a sua opinião nessa questão?
Decantamos todos os vinhos, sejam eles brancos, tintos ou espumantes.
A maioria dos vinhos consumidos hoje são jovens e precisam de tempo para entrar em contato com o ar, oxigenar e se abrir.
Sempre sugerimos que todos os vinhos sejam decantados.
Existem decanters melhores, ou mais indicados para alguns vinhos, como, por exemplo, vinhos de guarda ou espumantes.
E alguns decanters, como o Eve ou o Mamba, que são melhores para vinhos tintos jovens.
Onde se tem uma maior circulação de ar e, portanto, uma maior rapidez no processo de decantação.
Como uma boa taça afeta a experiência de degustação de um bom vinho?
A taça é o elemento mais importante na experiência da pessoa com o vinho.
É ela que vai trazer a mensagem do vinho.
Existe uma grande diferença em degustar um vinho especifico, de certa varietal, na taça adequada.
A taça vai permite que o vinho esteja mais equilibrado, tanto na questão aromática, quando na boca.
Degustar um vinho de alta gama em uma taça inadequada, ou direto da garrafa, vai fazer com que a experiência sensorial seja limitada.
Por isso, todo o nosso trabalho, o nosso desenvolvimento, está no estudo da perfeição sensorial da bebida, através da utilização dessa importante ferramenta.
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