Domaine de Rochebin é um renomado produtor da Borgonha.
Frédéric Drouhin, do Domaine de Rochebin, concedeu uma entrevista exclusiva para a DiVinho, falando do célebre terroir de Mâconnais, do controle racional na produção e de seus prestigiados rótulos, como Bourgogne Chardonnay e Bourgogne Pinot Noir, confira:
Conte um pouco da história do Domaine de Rochebin.
Domaine de Rochebin é uma vinícola 100% familiar, propriedade de Mickaël Marillier e seu pai Jean-Pierre.
Tendo também outro sócio, Laurent Chardigny.
Mickaël trabalha duro nos vinhedos, percorrendo as vinhas no trator quase todo dia.
Enquanto o trabalho de Laurent é mais focado na adega, nos processos de vinificação, fermentação, filtração e engarrafamento.
Um ponto importante na história recente da vinícola foi a associação com Laurent Chardigny em 2008. O que mudou com essa parceria?
Laurent ajudou a vinícola a se expandir, pois seria um trabalho muito grande para Mickaël, agora que seu pai está quase aposentado.
Foram adquiridas mais vinhas e a adega foi organizada, aumentando a capacidade de produção.
Mickaël é um fazendeiro, sendo excelente nesse trabalho, mas não é um especialista nos processos de produção.
Assim, Laurent trouxe mais competência para adega e finesse para os vinhos, além da mão-de-obra.
Os vinhedos estão localizados no coração de Mâconnais, fale um pouco desse célebre terroir.
Mâconnais é uma das localidades mais desejadas da Borgonha, sendo ligeiramente mais quente e contando com mais exposição solar do que Côtes de Nuits ou Côtes de Beaune, por exemplo.
Por conta disso, nos vinhos de Mâconnais você consegue mais maturidade, um caráter mais frutado e mais rico.
Essa pode ser tanto uma vantagem, quanto uma desvantagem.
A riqueza do vinho é uma vantagem óbvia.
Mas em uma produção de alto rendimento o vinho pode acabar com baixa acidez e uma presença marcante de aromas tropicais, como lichia, nos rótulos brancos.
Nada contra essa característica. Mas, para mim, falta finesse nesses vinhos de entrada de Mâconnais.
Domaine de Rochebin é muito diferente, pois está na encosta de colinas com solos rasos e alta altitude.
Tendo assim uma combinação de mais exposição solar, mas com bastante frescor.
Domaine de Rochebin utiliza princípios de controle racional na produção, como eles são colocados em prática na vinícola?
Os princípios de controle racional são o último passo antes de se tornar completamente orgânico.
É um equilíbrio entre a produção orgânica e a produção tradicional.
Na produção tradicional são utilizadas as mesmas quantidades de pesticidas e fertilizantes todos os anos, independentemente do que acontece nos vinhedos e do clima em dado ano.
Já o controle racional exige muito mais reflexão, de acordo com a condição do período em que se está produzindo.
De maneira geral, utilizamos uma quantidade muito menor de fertilizantes e pesticidas para defender a colheita quando o ano é difícil.
Existe uma nova geração de jovens que estão descobrindo os prazeres dos vinhos, como é atender esse público?
Essa é uma questão extremamente difícil.
Cada pessoa é diferente, mas existem alguns pontos em comum entre os novos apreciadores de vinhos ao redor do mundo.
É um público que odeia ser classificado e rotulado como fazendo a mesma coisa que todos os outros.
São consumidores que mudam o tempo todo, não são fiéis a um vinho em particular.
Comparando os millennials às gerações anteriores, digamos alguém que tenha cinquenta ou sessenta anos, existe uma tendência de buscar mais frescor e equilíbrio nos vinhos.
Quais rótulos Domaine de Rochebin você recomenda para os brasileiros?
Para quem ainda não conhece a vinícola, os melhor vinhos para começar são Bourgogne Chardonnay e Bourgogne Pinot Noir.
Depois temos Mâcon-Azé que são vinhos de micro terroir, ideais para quem busca descobrir um pouco mais da Borgonha.
E você, já provou os vinhos do Domaine de Rochebin?
