Você já deve ter ouvido falar dos vinhos Barolo e Barbaresco. Dois famosos tintos italianos, produzidos na região vitivinícola do Piemonte.
Nós, da DiVinho, preparamos esse artigo sobre as semelhanças e diferenças entre o Barolo e o Barbaresco, abordando a história, características dos vinhos, harmonização e muito mais! Confira!
Qual a diferença entre os Vinhos Barolo e Barbaresco?
Barolo e Barbaresco são dois vinhos ícones da Itália, produzidos na região vitivinícola do Piemonte, com a uva Nebbiolo.
Por serem elaborados na mesma região e com a mesma uva, pode-se pensar que eles sejam vinhos muito parecidos, certo?
Mas a verdade é que o Barolo e o Barbaresco são rótulos distintos.
Enquanto o Barolo, considerado como o “Vinho dos Reis”, é um vinho intenso e concentrado, o Barbaresco é um vinho mais gastronômico e elegante.
Essas diferenças se devem à uma variedade de fatores, como o solo onde cada vinho é produzido, os processos de produção e envelhecimento.
A região vitivinícola do Piemonte
O Piemonte é uma das mais renomadas e tradicionais regiões vitivinícolas da Itália, sendo a sexta em volume total de produção e contando com o maior número de Denominações de Origem Controlada (D.O.C.G.).
Localizado ao pés dos Alpes, na fronteira com a França e a Suiça, o Piemonte conta com uma grande variedade de solos, com faixas de calcário, granito e argila, além de terraços aluviais.
O clima é continental, com verões quentes e invernos rigorosos.
Registros demonstram que a atividade vinícola no Piemonte remonta à época do Império Romano.
A região ganhou reconhecimento mundial a partir do século XIX, com a revolução do Barolo.
Além do Barolo e do Barbaresco, o Piemonte também é o lar de outros grandes vinhos italianos, como Barbera d’Asti, elaborado com a uva Barbera, Dolcetto d’Alba e Dolcetto d’Asti, elaborados com a uva Dolcetto e Moscato d’Asti, elaborado com a uva Moscato, entre muitos outros.
A uva Nebbiolo
A Nebbiolo é uma das mais importantes uvas da Itália, ao lado da Sangiovese.
Nativa na região vitivinícola do Piemonte, no nordeste do país, é a variedade que dá origem aos vinhos Barolo e Barbaresco.
A uva Nebbiolo encontra no terroir do Piemonte as características essenciais para seu pleno desenvolvimento.
Por ser uma variedade de amadurecimento tardio, necessita de solos com boa drenagem e intensa exposição solar.
Os vinhos elaborados com a uva Nebbiolo são complexos e poderosos, revelando taninos firmes e acidez marcante.
No nariz, apresentam um bouquet aromático muito característico, onde sobressaem-se aromas florais, como de violeta e rosa, notas frutadas, como de cereja, nuances de couro e tabaco, além de toques de trufas brancas.
Barolo – O Vinho dos Reis
História do Barolo
A uva Nebbiolo já era cultivada na região vitivinícola do Piemonte desde o século XIII, mas as técnicas de produção da época davam origem a um vinho leve e doce, mas com resultados muito inconsistentes de safra para safra.
Isso mudou durante a metade do século XIX, quando Camillo Benso, Conde de Cavour, convidou o enólogo francês Louis Oudart a visitar a região do Barolo e melhorar as técnicas de produção locais.
Louis Oudart realizou a fermentação da uva Nebbiolo de modo a produzir um vinho completamente seco e estruturado. Assim surgiu o Barolo.
Não demorou muito tempo para que o Barolo se tornasse o vinho favorito da nobreza de Turin e da Casa de Savoia, ganhando o apelido de “Vinho dos Reis e Rei dos Vinhos”.
A Denominação de Origem Controlada e Garantida (D.O.C.G.) do Barolo foi estabelecida em 1980.
A área de produção abrange às comunas de Barolo, Castiglione Falletto e Serralunga d’Alba, além de parte das comunas de Cherasco, Diano d’Alba, Grinzane Cavour, La Morra, Monforte d’Alba, Novello, Roddi e Verduno, todas localizadas na província de Cuneo, a sudoste de Alba, dentro da região vitivinícola do Piemonte.
O Vinho Barolo
O Barolo é um vinho de grande personalidade, elaborado exclusivamente com a uva Nebbiolo, na D.O.C.G. (Denominação de Origem Controlada e Garantida) Barolo, dentro da região vitivinícola do Piemonte, na Itália.
De acordo com as regras da D.O.C.G. o Barolo deve envelhecer por um período mínimo de três anos, sendo dois anos em barris de carvalho e um ano na garrafa.
Já um Barolo Riserva deve envelhecer por um período mínimo de cinco anos, sendo três anos em barris de carvalho e dois anos na garrafa.
Quando jovem, o Barolo é um vinho intenso e concentrado, rico em taninos e com acidez marcada. Essas características o tornam um excelente vinho de guarda.
A recomendação é somente abrir uma garrafa de Barolo uma década após a sua produção, pois é nesse período que o vinho atinge sua plenitude.
Visualmente, o Barolo apresenta uma coloração que varia do rubi ao granada quando jovem, até o vermelho tijolo com nuances alaranjados quando envelhece.
No nariz, destacam-se aromas de frutas vermelhas e negras maduras, como ameixa, morango, cereja e amora, notas florais, como de rosa, nuances herbáceas, como de eucalipto, além de toques de tabaco, terra, trufa branca, alcatrão, chocolate e alcaçuz.
Harmonizações com Vinho Barolo
Por ser um vinho intenso e potente, o Barolo pede pratos de sabor igualmente intenso em sua harmonização.
Carnes vermelhas, carnes de caça e massas com molhos vermelhos são opções certeiras.
O Ossobuco, um prato típico da Lombardia, elaborado com stinco de vitela, também é um ótimo companheiro para o Barolo.
A temperatura ideal de serviço do Barolo é entre 16°C e 18°C.
Recomendações da DiVinho – Melhores Vinhos Barolo
Barbaresco – O Irmão mais Novo
História do Barbaresco
A história do Barbaresco começa em 1894, quando Domizio Cavazza, agrônomo e proprietário do Castello di Barbaresco, funda a Cantina Sociale di Barbaresco.
Junto de outros produtores locais, Cavazza tinha a proposta de elaborar um vinho elegante e mais fácil de harmonizar com a comida do que o Barolo.
O advento da Primeira Guerra Mundial e a morte de Domizio Cavazza, em 1915, trouxe dificuldades para o Barbaresco, que só voltou a ganhar força durante a década de cinquenta, com uma nova geração de viticultores, que incluía Bruno Giacosa e Angelo Gaja.
A Denominação de Origem Controlada (D.O.C.) do Barbaresco foi estabelecida em 1966, sendo elevada a Denominação de Origem Controlada e Garantida (D.O.C.G.) em 1980.
A área de produção abrange as comunas de Barbaresco, Treiso e Neive, além de um parte da zona de San Rocco Seno d’Elvio, a leste de Alba, em Langue, dentro da região vitivinícola do Piemonte.
Dica DiVinho: Confira nossa entrevista exclusiva com Giovanni Gaja, filho de Angelo Gaja!
O Vinho Barbaresco
O Barbaresco é um vinho elegante e refinado, elaborado exclusivamente com a uva Nebbiolo, na D.O.C.G. (Denominação de Origem Controlada e Garantida) Barbaresco, em Langue, dentro da região vitivinícola do Piemonte, na Itália.
De acordo com as regras da D.O.C.G. o Barbaresco deve envelhecer por um período mínimo de dois anos, sendo nove meses em barris de carvalho.
Já um Barbaresco Riserva deve envelhecer por um período mínimo de quatro anos, sendo nove meses em barris de carvalho.
Ao contrário do Barolo, não é preciso esperar tantos anos para degustar o Barbaresco, a maioria dos vinhos podem ser apreciados cinco anos após sua produção, com alguns rótulos apresentando um potencial de guarda de até duas décadas!
De coloração brilhante, que varia do rubi ao grená, o Barolo apresenta um bouquet aromático elegante, onde destacam-se aromas de frutas vermelhas maduras, como framboesa e amora, notas florais, como de rosa e violeta, além de toques trufa e alcaçuz.
O envelhecimento traz à tona notas tostadas e nuances terrosas, além de toques de couro, avelã e especiarias, como noz-moscada.
Harmonizações com Vinho Barbaresco
Por ser um vinho mais gastronômico, o Barbaresco acompanha bem uma grande variedade de pratos.
Carnes vermelhas, carnes de caça, risotos e massas com molhos estruturados são ótimas opções.
Experimenta também harmonizar o Barbaresco com queijos duros, como o Grana Padano, produzido no Vale do Pó, na Itália.
A temperatura ideal de serviço do Barbaresco é entre 16°C e 18°C.
Recomendações da DiVinho – Melhores Vinhos Barbaresco
E você, qual seu vinho italiano favorito, Barolo ou Barbaresco?