Almaviva é um dos melhores e mais renomados rótulos do mundo!
E não poderia ser por menos, já que resulta de uma parceria entre dois grandes nomes no mundo do vinho, Baron Philippe de Rothschild e Viña Concha y Toro.
Michel Friou, Diretor e Enólogo do projeto Almaviva, concedeu uma entrevista exclusiva para a DiVinho, falando dos segredos por trás da produção deste grande vinho, confira:
Almaviva é um projeto que reúne dois grandes nomes no mundo do vinho, Baron Philippe de Rothschild e Viña Concha y Toro. Como surgiu a ideia dessa parceria?
Almaviva representa o encontro de duas tradições, duas famosas vinícolas e mais que isso, duas famílias que uniram as mãos para criar um novo e singular vinho no Chile.
No lado chileno, a Viña Concha y Toro, no início dos anos noventa, estava buscando um novo vinho que pudesse cruzar todas as fronteiras.
Eles viajaram à Bordeaux para visitar o Château Mouton Rothschild e discutir com Baron Philippe de Rothschild a possibilidade de produzir um vinho premium no Chile.
No lado francês, a Baronesa Philippine de Rothschild ao visitar o Chile pela primeira vez, ficou muito feliz e surpresa ao conhecer a Concha y Toro.
Uma vinícola que reúne várias famílias, um verdadeiro espírito familiar unificado na mesma tradição e paixão, sempre buscando o melhor. E isso era exatamente o que ela estava procurando.
Desde o início, o projeto era mais do que uma simples parceria, pois começou como uma verdadeira amizade entre as famílias.
Existia um entendimento tão bom entre as duas companhias que os enólogos foram capazes de produzir a primeira safra do Almaviva em 1996, um ano antes da assinatura do contrato de parceria pela Baronesa Philippine de Rothschild e por Don Eduardo Guilisasti, os diretores das duas companhias.
Qual a inspiração por trás do nome Almaviva?
O nome Almaviva, apesar de soar hispânico, pertence à literatura francesa clássica.
O Conde Almaviva é o herói de duas comédias famosas de Beaumarchais (1732-1799), O Barbeiro de Sevilha e As Bodas de Fígaro, mais tarde adaptados em óperas por Rossini e Mozart.
O nome “Almaviva” no rótulo está na caligrafia do próprio Beaumarchais.
O rótulo também presta homenagem à história ancestral do Chile, mostrando três reproduções de um design estilizado que simboliza a visão da terra e do cosmos na civilização pré-hispânica.
O desenho aparece no kultrun, um tambor cerimonial usado naquela civilização.
Dessa maneira, duas grandes tradições dão as mãos para oferecer ao mundo inteiro uma promessa de deleite e excelência.
Almaviva foi o primeiro chileno criado sobre o conceito francês de Grand Cru.
Elaborado sob o conceito francês de Grand Cru, Almaviva é produzido e engarrafado na própria vinícola, por uma equipe técnica dedicada exclusivamente à produção de um único vinho.
Elaborado como um blend de variedades clássicas de Bordeaux, predominando a Cabernet Sauvignon.
Almaviva resulta do encontro de duas culturas, onde o Chile oferece suas maravilhosas condições naturais, solo, clima e vinhedos, enquanto a França contribui com sua tradição e expertise na produção de grandes vinhos.
Puente Alto, reconhecido por mais de trinta anos como um dos melhores terroirs para o cultivo de Cabernet Sauvignon no Chile, foi escolhido para sediar o projeto.
O terroir de Puente Alto é realmente excepcional. Quais os seus diferenciais?
Puente Alto está localizado no Vale do Maipo, aos pés da Cordilheira dos Andes, perto de Santiago.
Também está próximo do Rio Maipo, que deu origem aos solos aluviais do vinhedo.
Um solo pobre de granito, que garante uma ótima drenagem.
O terroir de Puente Alto Terroir também é influenciado pelos Andes, que modera o calor durante o dia e mantém as noites frescas no verão.
Esse efeito de resfriamento é fundamental para o processo de amadurecimento.
As uvas amadurecem lentamente, no final de abril e maio, sob temperaturas mais baixas, proporcionando uma maturação ideal, preservando, também o frescor da fruta.
O clima é mediterrâneo semi árido, que concentra no inverno a maior parte dos 320 mm de precipitação média anual, permitindo condições climáticas quentes e secas durante toda a estação de crescimento e o período de maturação, gerando uvas saudáveis, maduras e saborosas.
O vinho Almaviva é um assemblage de três variedades clássicas de Bordeaux, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Carménère. O que cada uva traz ao blend?
Almaviva é uma assemblage de variedades de Bordeaux, dominado pela Cabernet Sauvignon, que constitui o coração da mistura, com 2/3 a ¾ do vinho, e traz poder, estrutura tânica e elegância.
A Carménère, que representa de ¼ a 1/5 do vinho, traz cor, suavidade e maciez, com sua baixa acidez e taninos aveludados que suavizam os ângulos da Cabernet Sauvignon.
Enquanto a Cabernet Franc adiciona profundidade e complexidade.
Desde 2006, também usamos, às vezes, 1% ou 2% de Merlot, que também traz maior maciez adicional ao vinho.
E, desde 2010, utilizamos regularmente um pouco de Petit Verdot, por sua cor, perfil aromático e densidade, que empresta profundidade e complexidade ao vinho.
Fale um pouco do processo de produção do Almaviva.
Dedicamos um cuidado muito meticuloso ao processo de produção.
A recepção da colheita na adega foi sendo gradualmente modernizada.
No ano de 1999 instalamos uma máquina de desengace simples e uma mesa de triagem.
O sistema de triagem dupla foi introduzido em 2005, com mesas vibratórias, utilizadas antes e depois do processo de desengace
A chegada de uma máquina desengace com tecnologia de ponta, em 2013, melhorou ainda mais esta etapa do processo.
Uma máquina de triagem óptica foi adicionada à linha de recepção da colheita em 2016, aprimorando o processo de triagem, eliminando os frutos secos, que podem gerar problemas com o clima quente do Chile.
O efeito combinado da colheita seletiva e da recepção mais eficaz na adega tem sido a melhoria da qualidade dos taninos, uma área em que focamos muito nos últimos anos, com o objetivo de obter taninos mais redondos e suaves.
Em cada safra é dada uma atenção meticulosa aos processos de fermentação, extração e maceração, controle de temperatura, frequência de remontagem, duração do estágio em carvalho e porcentagem de barris novos utilizados.
É verdade que em algumas safras são vinificados até 150 lotes diferentes?
Desde 2005, trabalhamos com micro parcelas dentro de cada bloco, para que as uvas possam ser colhidas de forma seletiva no ponto ideal de maturação.
Em seguida, as parcelas são vinificadas em cubas separadas, garantindo uma maior precisão durante o assemblage.
Todas essas micro parcelas foram definidas usando mapas que mostram a condutividade elétrica do solo.
Seus limites são revisados a cada ano, levando em consideração o vigor das videiras, análises de solo, observações de campo e degustações das uvas.
Originalmente criado para os blocos mais heterogêneos, esse método foi aprimorado ao longo dos anos. Métodos mais simples são utilizados para os blocos mais homogêneos.
Finalmente, finalizamos o processo de fermentação com cerca de 50 a 60 lotes de vinho puro e 150 a 180 mini lotes de vinho prensado.
Todos os lotes de vinho puro são mantidos separados até realizamos os blends finais em agosto, enquanto apenas os lotes mais interessantes dos vinhos prensados são mantidos separadamente em barris.
A safra de 2017 do Almaviva foi eleita pelo crítico James Suckling como o “Vinho da Década”. Como foi ganhar esse reconhecimento?
Toda a equipe da Almaviva se orgulha de ter sido premiada com “Wine of the Decade” pelo crítico James Suckling.
É uma recompensa do trabalho intenso, paciente e meticuloso realizado por mais de duas décadas, desde que o projeto Almaviva foi criado em 1997, com o objetivo de produzir um vinho único no Chile sob o conceito de Grand Cru.
A safra 2017 foi realmente fantástica, elaborada a partir de uma colheita extremamente seca e quente, que gerou um Almaviva profundo e complexo, com taninos suaves, aveludados e refinados.
Um vinho equilibrado e polido, com grande potencial de envelhecimento.
Esse grande reconhecimento é claramente a melhor motivação que podemos receber para continuar melhorando a qualidade de nossas uvas e nossos vinhos, oferecendo aos nossos consumidores um produto de excelência.
Além disso, Almaviva é um dos vinhos que mais recebe a pontuação perfeita (100 pontos) da imprensa especializada, como do crítico James Suckling. Qual o segredo para manter esse padrão de qualidade?
Desde a primeira colheita, em 1996, todas as safras da Almaviva expressaram a visão de longo prazo dos dois parceiros, respeitando objetivo conjunto de criar um vinho excepcional no coração do Vale do Maipo, no Chile.
Desde o início, a qualidade do Almaviva resulta da combinação da tradição e da expertise da viticultura francesa, com as excepcionais condições climáticas e do solo do terroir de Puente Alto, no Chile.
Para todas as nossas equipes técnicas, que trabalham nos vinhedos e na adega, por mais de duas décadas, cada safra tem sido uma nova oportunidade para conhecer melhor nosso terroir, nossos solos e nosso clima.
Aprimorando nossos processos e técnicas, treinando nossas equipes e cuidando de cada detalhe todos anos anos.
Mas, também, adaptando nossas práticas técnicas a novos desafios climáticos e sociais.
Não existe um segredo específico por trás da nossa qualidade, senão um trabalho constante e rigoroso, focado na qualidade, melhoria e inovação.
Nós sabemos que temos que continuar trabalhando, cada vez mais, todos os dias e em todas as safras, para estar sempre mais próximos da nossa promessa inicial de excelência, nossa busca por um vinho único e excepcional do Chile.
Você encontra as melhores safras do Almaviva na DiVinho! E você, já provou esse grande vinho?
